Por Daniella Peixoto Pereira
Ranking de 2020 dos países mais felizes do mundo
Fonte: Happiness Research Institute
O World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade) é uma pesquisa publicada anualmente pelas Nações Unidas que mede a felicidade (ou ao menos aparência desta) na população de 156 nações e com esses dados forma um ranking quantitativo dos países mais e menos felizes do mundo. Cada ano a pesquisa apresenta um tema diferente, e em 2020 foram discutido os ambientes nos âmbitos urbanos, sociais e naturais e como afetam a felicidade das pessoas (World Happiness Report, 2020).
Como é possível ver no gráfico acima, entre os 10 países do mundo com o maior índice de felicidade se encontram todos os países nórdicos. Pela segunda vez consecutiva o primeiro lugar é da Finlândia, seguida pela Dinamarca. Islândia e Noruega ocupam, respectivamente, o quarto e quinto lugar e, completando a participação nórdica, temos a Suécia em sétimo. Qual seria a razão desses países serem tão felizes?
A lista de possíveis respostas para essa pergunta é imensa, pois todos esses países são modelos de democracia, direitos políticos, baixo ou inexistente índice de corrupção, baixo nível de crimes, adesão aos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, igualdade de gênero, alto nível de confiança entre os cidadãos, distribuição razoavelmente igualitária de renda, alto índice de desenvolvimento humano (IDH) e proteção aos direitos do ser humano (ler o texto de direitos humanos). Apesar de algumas pesquisas apontarem que quanto maior a diversidade étnica de um território, menor o nível de confiança entre seus habitantes, nos países nórdicos os imigrantes são tão felizes quanto a população local, uma vez que são igualmente incluídos pelas instituições governamentais (World Happiness Report, 2020).
Fica assim evidente que a participação do governo é essencial para que um país tenha uma boa qualidade de vida, sendo principalmente importante em dois aspectos, o democrático e a entrega. Os impostos nos países nórdicos são muito altos: na Dinamarca, por exemplo, aproximadamente 51,5 % da renda dos habitantes é coletada pela taxação. Em compensação, recebem serviços estatais de altíssima qualidade, conseguindo estudar sem pagar desde a infância até a universidade, além de terem uma saúde pública de excelência entre outros benefícios. No que tange ao aspecto democrático, o esforço para com a igualdade de gênero nesses países é claro. Na Finlândia, por exemplo, as mulheres ocupam 41,5% dos assentos no parlamento, e este país foi o segundo do mundo a legalizar o sufrágio feminino.
A cultura nórdica também valoriza os momentos mais do que os bens materiais, com um conceito denominado ‘Hygge’. A tradução literal da palavra significa acolhedor ou aconchego, e significa apreciar, reconhecer e sentir os momentos de alegria nas experiências do dia-a-dia, em momentos simples mas importantes para cada um. Pode ser qualquer momento especial, como ver aquele programa favorito em paz, com sua bebida favorita em mãos, ou estar em um jantarzinho rodeado de amigos ou até mesmo ler um livro na rede. Como o inverno é curto nessa região, os moradores acabam tendo pouco tempo ao livre, pois os dias mais curtos chegam a ter apenas 4 horas de luz solar. Dessa forma, atribuíram ao seu dia-a-dia métodos de se sentirem confortáveis e felizes dentro de suas próprias casas.
Dessa forma, o segredo da felicidade nórdica consiste numa mistura de fatores governamentais, culturais e geográficos. Ao garantir que as instituições governamentais sejam de alta qualidade, cumprem suas promessas, não são corruptas e cuidam de sua população, esta última não tem tanto motivos de preocupação e podem seguir a vida com tranquilidade, paz e principalmente felicidade.
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