Por Tania Aparecida Peixoto O homem, desde a sua infância como espécie, viveu combatendo o homem. Lutou contra seu próximo para assegurar abrigo e alimentação, lutou pelo seu par sexual, pela defesa de seu clã e pelo aumento de poder e influência sobre outros. O perdedor acaba sendo um fracassado, um desqualificado, alguém cujo volume de agressão foi superado por outro. Por isso, restam duas possibilidades: ou se redime de seu fracasso ou volta seu potencial agressivo contra si mesmo. Entretanto, essa questão não pode ser resolvida sem que se considere o papel que a sociedade e o grupo social desempenham nisso, motivando ou não o indivíduo a estabelecer laços de convivência e a engajar-se em projetos coletivos. Além disso, a compreensão que a sociedade atribui à vida e à morte e, por consequência, ao suicídio, varia de cultura para cultura. Na Grécia, um indivíduo não podia suicidar-se sem prévio consenso da comunidade, pois ele não tinha o poder de decisão sobre sua própria ...